Especial | Jim Morrison & The Doors 

Ao longo do ano lectivo faremos uma série de programas especiais dedicados, por inteiro, a uma determinada banda/músico, época, etc. Este é o nosso primeiro e foi incluído no programa Back To The Past, com voz e edição de Francisco Fernandes e recolha de informação por Guilherme Matos

Poderão ouvir a emissão aqui no site (para download). Nesta página ficam algumas informações extra sobre Jim e os The Doors. 
 

Poeta, Cantor e CompositorBIO:

Nome de baptismo: James Douglas Morrison

Alcunhas: The King Lizard (O Rei Lagarto); Jim; Mr. Mojo Risin'

Nascimento: 8 de Dezembro de 1943, Melbourne, Califórnia

Morte: 3 de Julho de 1971, Paris (27 anos)

Actividades: Poeta, cantor, compositor e produtor.

 
 


OBSESSÃO DE MORRISON COM A MORTE

Em várias músicas, Jim refere-se à morte de uma forma muito familiar como se já tivesse tido contacto com ela. Este seu desejo de passar para o outro lado é evidente em músicas como "The End" («The blue bus is callin' us/The blue bus is callin' us/Driver, where you taken' us?» por exemplo), "Ghost Song" e "Peace Frog". Nestas últimas duas, "King Lizard" faz referências a um episódio de contacto com a morte que descreve assim: «A primeira vez que descobri a morte… eu, os meus pais e os meus avós, íamos de automóvel no meio do deserto ao amanhecer. Um camião carregado de índios tinha chocado com outra viatura e havia índios espalhados por toda a auto-estrada, a sangrar. Eu era apenas uma criança e fui obrigado a ficar dentro do carro enquanto os meus pais foram ver o que se passava. Não consegui ver nada – para mim era apenas tinta vermelha esquisita e pessoas deitadas no chão, mas sentia que alguma coisa se tinha passado, porque conseguia perceber a vibração das pessoas à minha volta, então de repente apercebi-me que elas não sabiam mais do que eu sobre o que tinha acontecido. Esta foi a primeira vez que senti medo… e penso que nessa altura as almas daqueles índios mortos – talvez de um ou dois deles – andavam a correr e aos pulos e vieram parar à minha alma, e eu, apenas como uma esponja, ali sentado a absorvê-las.» O mais provável é Morrison ter "vivido" este filme numa das suas trips provocadas pelos ácidos que consumia, porque os seus pais dizem que tal nunca aconteceu.  

Toda a sua vida boémia de drogas e álcool é a prova desse seu desejo que acabou por se concretizar a 3 de Julho de 1971.

POLÉMICA, A CARA DOS DOORS

Desde os primeiros concertos da banda, ainda em bares locais, as actuações completamente originais e fora do normal marcaram os Doors. Jim actuava de costas para o público, deitava-se, caia... Além disso, não criava um rumo, um alinhamento, simplesmente subia ao palco e fazia com que os restantes membros o seguissem.

O primeiro marco revelante na lista de polémicas foi a que ocorreu num dos bares onde actuavam: Jim interpretou a já referida "The End" onde diz «"Father?", "Yes, son", "I want to kill you"/"Mother?", "Yes son", "I want to fuck you"». Numa época em que os Estados Unidos atravessavam uma fase de extremo conservadorismo, o dono acabou por interromper o concerto e expulsar a banda de vez.

Também relacionada com a letra de uma música, está a segunda polémica, numa actuação num dos mais conceituados programas televisivos da altura, o Ed Sullivan Show, da CBS. "Light My Fire" era o single de 1967, tinha lugar cativo nos tops, e era precisamente essa faixa que os Doors tinham de tocar no programa, mas com uma condição: alterar o verso «Girl, we couldn't get much higher» para «Girl, we couldn't get much better». O "Ed Sullivan Show" abriu, em directo, com a actuação da banda e Morrison ignorou a tentativa de censura e interpretou a música com a letra original. Em resultado foram proíbidos de voltar ao programa. pesar desta afronta, esta performance consta agora da colecção "The Best of Sullivan" em DVD.


RAIO DE INFLUÊNCIA DOS DOORS

Os The Doors marcaram a História da Música para sempre e os reflexos deste legado chegaram a músicos como Eddie Vedder (Pearl Jam), Patti Smith, Billy Idol, Bruce Springsteen, entre muitos outros. Além da música, também o visual serviu de inspiração para posteriores estrelas do rock, entre eles Robert Plant, dos Led Zeppelin, e Roger Daltrey, dos The Who.

DEAD CATS, DEAD RATS

É o nome de uma das músicas dos The Doors e foi o mote para a criação de uma banda portuguesa de tributo aos norte-americanos, que adoptou precisamente esse nome. Idolatram os Doors e prometem continuar a interpretá-los, nós agradecemos!

Descubram como foi o concerto desta banda no dia 18 de Dezembro, no Hard Rock Cafe em Lisboa: 

Dead Cats Dead Rats: Uma viagem aos anos 60 
A tripulação do "blue bus” instalado no Hard Rock de Lisboa – João Campos, Paulo Borges, Tiago Maia, Donovan Bettencourt e João Correia – receberam-nos de braços abertos para o que seria uma noite impressionante. 

Por: Francisco de Almeida Fernandes/Travel&Taste (notícia aqui)
Foto; Joel Reis
Apesar dos viajantes não serem exclusivamente fãs dos The Doors, o ambiente que começou a criar-se, logo com a apresentação de "Caravana Doors”, foi de grande expectativa sobre o concerto que se seguiria. 

Mal entraram em cena, os Dead Cats Dead Rats surpreenderam com a sua atitude; o vocalista, sempre de copo na mão, balançava loucamente de um lado para o outro do pequeno palco, provocando constantemente os restantes membros da banda e puxando, em simultâneo, pelo público que, a par e passo, começava a aquecer, a cantar e a delirar.

Uma noite fria em Lisboa tornou-se, rapidamente, numa das mais quentes deste final de ano. Os Dead Cats Dead Rats, com a sua performance absolutamente incrível, conseguiram transportar aos dias de hoje a essência de uma das melhores bandas da História e, aos verdadeiros apreciadores dos quatro de Los Angels, mataram o bichinho de quem sempre quis assistir a uma actuação dos Doors

Aquilo que podia ser apenas um concerto de tributo como tantos outros, foi, sem sombra de dúvidas, uma das melhores imitações até agora. Tal como em qualquer espectáculo digno de ser apelidado de fantástico, o pior foi perceber que "The End” estava a chegar...



FILMES E DOCUMENTÁRIOS

Recomendamos que assistam a "The Doors - O Mito de uma geração" (é passado diversas vezes no canal FOX MOVIES) e ao documentário narrado por Johnny Depp "When You're Strange".




HOMENAGEM DE ITÁLIA

 

Francisco A. Fernandes/Guilherme Matos